VISITA DE ESTUDO A LONDRES

Durante a interrupção letiva referente ao Carnaval, meia centena de alunos audazes, acompanhados por quatro professoras diligentes e por dois guias que primavam pela boa disposição, prescindiram da folia carnavalesca e do aconchego das suas casas para se aventurarem na descoberta do encanto da cidade londrina.

Chegados à capital inglesa, após uma viagem tranquila que permitiu aos demais “passar pelas brasas”, fomos alvoraçados pelo ritmo de vida vertiginoso das pessoas, que numa correria desenfreada se movimentavam de uma lado para o outro, em ziguezagues confusos, como se o tempo fosse algo contabilizado. E porque estávamos no seu território, para evitar engarrafamentos quer humanos quer de trânsito, bem como múltiplos encontrões que eram seguidos de um estimado “sorry” ( o que comprova, efetivamente, a excelente educação dos britânicos), dispusemo-nos a adotar determinadas regras básicas que seriam impreteríveis para a adaptação àquele estilo de vida extenuante. Neste sentido, estipulou-se que, por exemplo, sempre que usaríamos as escadas rolantes para aceder ao metro, seguiríamos o lema: “Stand on the right”, pois é certo, que sendo portugueses, não nos daríamos ao trabalho de subir a passo tal escadaria. É uma questão de coerência (e não de preguiça!), afinal, para quê cansarmo-nos a subir, se os degraus estão em movimento? A verdade é que foram tantas as vezes que procedemos ao cumprimento desta norma que agora, depois do regresso, me deparo a prostrar-me no lado direito das escadas rolantes do shopping, aguardando pela passagem dos mais apressados que teimam em não passar, e me votam a um sentimento nostálgico.

Londres é, sem dúvida, uma paleta de cores, ma medida em que alberga uma imensa diversidade cultural. É, assim, possível, num curto espaço de tempo, contemplar cidadãos de inúmeras nacionalidades, de tal forma que, por vezes, se torna complicado ouvir inglês. Mas se as cores se exprimem nas pessoas, vibram no meio envolvente: edifícios, monumentos, parques, fauna e flora entrelaçam-se originando uma combinação colorida, em pleno equilíbrio, que satisfaz o olhar.

Caímos igualmente em deleite com os sons, as melodias produzidas apaixonadamente pelos artistas de rua – cujo talento não é de todo reconhecido -, os cheiros, as texturas e a magia que nos penetra a alma.

A profusão de museus alusivos a várias áreas, tais como: o Museu Britânico, o de História Natural, o da Ciência e, ainda, a Madame Tussauds, corrobora a ideia de que a capital de Inglaterra é sinónimo de arte, cultura e sofisticação. Na verdade, esta preocupação com o conhecimento reflete-se, além da quantidade, na qualidade daquilo que é exposto, pelo que um par de horas não nos permitiu tecer uma apreciação fundamentada.

Embalados pelas águas do Tamisa, a surpresa imperou em nós aquando da contemplação da grandiosidade e da beleza de monumentos, como o Big Ben ou a Tower Bridge. Ambos imanam uma riqueza arquitetónica e histórica incomparável que nos embebedam e nos reduzem à nossa inferioridade. As várias fotos que foram tiradas, como materialização da memória, jamais poderão incorporar esta sublimidade inexplicável.

Relativamente à gastronomia, todos concluímos que deu para “ tirar a barriga de misérias”, que é como quem diz, que os pratos ingleses são, com efeito, saborosos, com especial destaque para o tradicional “ fish and chips”. Contudo, não só a culinária britânica nos saciou, também a italiana pôde ser desfrutada, tendo conseguido vários seguidores.

Os dias foram marcados, para além da alegria, por uma fugacidade estonteante, que todos protestaram, e assim, num ápice, estávamos novamente em Portugal, cujo marasmo já nos provocava estranheza.

Para uns uma viagem de finalistas, para alguns umas miniférias e para outros uma forma de evasão… Porém, para todos uma experiência inesquecível, que se repercutiu num enriquecimento cultural e, sobretudo, num desenvolvimento pessoal distinto. Como diria St. Augustine, “The world is a book and those who do not travel read only one page”!

Hoje, tenho saudade! Hoje, contentamo-nos com a rememoração, induzida pela chuva e pelo frio, deste lugar que nos marcou para sempre …

    Texto da responsabilidade da aluna Vera Araújo | 12º D

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